Hip Hop e sua constante luta pela igualdade

Como forma de reação aos conflitos sociais e a violência sofrida pela sociedade de baixa classe social surgiu em meados da década de 70 um movimento cultural de reivindicação de espaço e voz das periferias nos Estados Unidos o Hip Hop.

O termo foi criado pelo Adrka Bambaataa que se inspirou em dois movimentos: o de saltar (Hop) e o movimento dos quadris o (hip) sendo a cultura dos guetos americanos e a forma da dança popular da época.

Com o objetivo de disseminar paz o Hip Hop luta para substituir as brigas entre gangues para levar igualdade de direitos para seu povo, essa cultura significa movimento, arte, expressão, diversão e união.

O Hip Hop é um estilo de dança dinâmico que veio das festas realizadas pelos jovens da periferia e alguns elementos artísticos que caracterizam são:

 

  • O Break /Breaking que representa o corpo na dança; executados pelos B. Boys ou B. Girls

 

 

  • O Locking, Baseia-se em movimentos rápidos e distintos de braço e mão combinado com movimentos mais relaxados de quadris e pernas, executados por lockers;

 

  • O Popping: É um estilo que tenta dar a impressão de um corpo “sem ossos” ,utiliza ritmos e movimentos circulares em várias partes de corpo, tais como os quadris, os joelhos e a cabeça, assim como separar (deslocar) o tronco do quadril executado por poppers.

 

 

  • O Graffiti, a expressão da arte, o meio de comunicação;
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    Foto retirada do site : nephwe.com.br/tag/graffiti/

     

  • MC é o porta-voz, o mestre de cerimônia. O trabalho do MC é “lançar mensagens” que tragam conscientização e orientação à comunidade.
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    Foto retirada do : tudonosso.blogspot.com.br para ilustração

     

  • DJ : Responsável pela música que serve de base para o MC cantar.
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    Foto retirada do site: http://www.djmastercourse.com, para ilustração

     

O Break Beat é a batida de fundo repetitiva muito utilizada pelos MCs nos shows, os DJs tocam e os dançarinos desenvolvem a dança na batida da música.

Quer conhecer mais sobre essa  dança cultural? No centro de Mogi das Cruzes tem uma casa do Hip Hop , o espaço é totalmente acessível e conta com um salão grande e espelhado para a prática de dança, e também pode ser utilizado para encontros, reuniões, palestras e debates. O funcionamento da casa : Terças a Sábados das 12h às 21h.

 

 

 

 

Conheça a história de Bumba meu boi

No século XVIII, surge à dança folclórica bumba meu boi como uma forma de crítica à situação social dos negros e índios. Típico na região do nordeste o folguedo brasileiro é uma mistura de culturas indígenas, portuguesas e negras encenando a luta do bem contra o mal.

A palavra bumba exprime o suposto som de uma pancada do chifre do boi, por isso, bumba-meu-boi significaria algo como “Chifra, meu boi”.

A LENDA

Conta à história de um casal de escravos, Pai Francisco e Mãe Catirina. Grávida, Catirina começa a ter desejos por língua de boi. Para atender suas vontades, seu marido tem de matar o boi mais bonito de seu senhor. Percebendo a morte do animal, o dono da fazenda convoca curandeiros e pajés para ressuscitá-lo. Quando o boi volta à vida, toda a comunidade celebra.

O festejo do Bumba-meu-boi surgiu nesse contexto de fazendas de criação de gado e reuniram influências africanas, como o boi geroa, trazidas pela população escrava e europeia, como a tourada espanhola, festas portuguesas e também fortes influência indígena.

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Pintura de Severino Borges, Bumba meu boi

Essa encenação misturam-se danças, músicas, teatro. O folguedo tem diversas denominações em todo o Brasil, no Maranhão, Rio Grande do Norte e Alagoas a dança é chamada de bumba meu boi, no Pará e Amazonas, boi-bumbá, em Pernambuco, boi-calemba.

Encenação do bumba-meu-boi conta com diversos personagens

O boi

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Foto retirada da internet/ Boi

 

Figura mitológica nas mais diversas culturas, o boi era visto por escravos negros e indígenas como companheiro de trabalho, símbolo de força e resistência. É por isso que toda a encenação gira em torno dele. A pessoa que veste a fantasia do animal é chamada de miolo e seus trajes variam bastante de uma festa para outra. Alguns abusam de paetês, miçangas e lantejoulas. Outros preferem bordados com menos brilho e mais cores.

 

 

 

Vaqueiro

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Foto retirada da internet/ Vaqueiros

 

 

Pode também ser chamado de rajado ou caboclo de fita. É o personagem que avisa ao dono da fazenda sobre a morte do boi. Seu figurino é muito vistoso, seu chapéu chama a atenção por ter como enfeite fitas e miçangas.

 

 

 

Dono da fazenda

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Imagem meramente ilustrativa, retirada da internet

 

 

Também chamado de amo ou patrão, é o senhor de engenho que, proprietário do boi morto, jura vingança contra o casal Catirina e Nego Chico e exige que o animal seja ressuscitado. Em geral, a pessoa que faz esse papel também é responsável pela organização do grupo folclórico.

 

 

 

 

 

Os músicos

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Brincantes de Boi sotaque costa-de-mão/ Foto: Douglas Júnior

 

O auto do bumba-meu-boi sempre é acompanhado por uma banda musical. Vários ritmos e instrumentos são utilizados: só no Maranhão há mais de cem grupos folclóricos.  Os instrumentos mais comuns, porém, são os de percussão: tambores, pandeirões, matracas (dois pedaços de madeira batidos um contra o outro), maracás (uma espécie de chocalho) e tambor-onça (tipo de cuíca rústica, de som gravíssimo).

 

Nego Chico e Catirina

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Catirina e Nego Chico, Foto retirada da internet

Depois do boi, são os personagens principais do auto. Representam um casal de escravos, ou de trabalhadores rurais (dependendo do tipo de enredo escolhido).

 

 

 

 

 

Índios, índias e caboclos

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Imagem retirada da internet, meramente ilustrativa

 

 

 

São os responsáveis por encontrar Pai Chico. Suas roupas e coreografias são muito bonitas, sendo consideradas muitas vezes as mais ricas do bumba-meu-boi.

 

 

 

Afinal, o que é um Sarau?

A palavra Sarau é de origem  latim Seranus/Serum, que significa fazer referência ao sol, é realizado normalmente a noite ou no pôr do sol. Uma reunião com um único objetivo , compartilhar experiências culturais e filosóficos.

Se expressando ou manifestando artisticamente o grupo de pessoas se reúnem e realizam atividades lúdicas/recreativas, como por exemplo: dançar, ouvir músicas, recitar poesias, ler livros e também outras formas de arte como o pintar, atuando e comidas típicas.

Em meados do século 19 chegou no Brasil uma cultura erudita , feita para a elite da sociedade, com reuniões regado a champanhe, vinho, piano de cauda, trajes a rigor, literatura e música o Sarau era frequentado apenas pela corte da sociedade.

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Membros da sociedade colonial  em reuniões noturnas no século 19

Durante os séculos seguintes o Sarau teve algumas mudanças e adaptações , deixar de ser somente uma manifestação cultural da corte e passar a ser comum a todos, sem trajes a rigor e pianos de caldas. Somente com pessoas que se interessam pela literatura, músicas, arte visuais e acontecem em bares, praças ou casas.

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“Noites na Taverna”, Sarau realizado toda ultima quarta feira do mês, no teatro do Centro da Terra, SP

Hoje, artistas, jornalistas, professores, estudantes e curiosos fazem do sarau um evento cultural contemporâneo, com pequenos grupos de pessoas e logo as reuniões logo passam a ser periódicas.

A fim de estimular a criatividade e cultura das crianças e jovens de hoje em dia, ensinam o que é o Sarau e promovem anualmente ou semestralmente esta atividade, fazendo com que os alunos tenham o conhecimento da cultura rica que o Brasil tem.

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Escola de São Paulo, promove o 6° Sarau com alunos

Com a internet tomando conta do mundo o Sarau não ficou para trás e se inovou com o surgimento do Sarau eletrônico, basicamente são sites e blogs que agregam poemas, dicas de livros e resenhas.

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 Sarau Eletrônico

Quer conhecer mais sobre Sarau eletrônico?  É só clicar neste site e aproveitar para conhecer mais sobre essa cultura que migrou para a internet e aproveitar para expandir seu conhecimento a qualquer hora do dia no site : http://www.bc.furb.br/sarauEletronico/

 

Samba de roda

Danças folclóricas é caracterizadas por um conjunto de danças sociais peculiares de cada estado brasileiro. Possuem diversas funções como comemorações de datas religiosas, homenagens, agradecimentos, saudações ás forças esperituais, entre outras.

O folclore brasileiro  possui variados  estilos de danças que representa as tradições e culturas das regiões do Brasil.Hoje conheceremos o Samba de roda, oriundo dos cultos aos orixás e caboclos em  meados de 1860 no recôncavo baiano é que surge o samba de roda.

É uma dança folclórica  que preserva a cultura dos negros escravizados no brasil, uma fusão entre culturas africana e brasileira. Os instrumentos utilizados são: reco-reco, agogô, pandeiros, viola, atabaque e berimbau.

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Instrumentos utilizados em um samba de roda

Normalmente após a roda de capoeira é feito um samba de roda para as mulheres esbanjarem sua beleza e gingado.

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Foto retirada do site Ginga mundo – projeto mandinga

As pessoas presentes estão em um circulo batendo palmas no ritmo dos instrumentos, entra uma pessoa de cada vez no meio desta roda sambando e mostrando seu gingado. Como se fosse uma Umbigada – porque cada participante, ao sair da roda, convida um novo para a dança dando-lhe uma “umbigada”

Samba de roda na Bahia

Você sabia que?

* O nome “samba” vem de uma língua africana chamada banto, falada em Angola. Há duas versões para sua origem: ou ele deriva do termo semba (bater umbigo com umbigo), ou é uma junção de sam (pagar) e de ba(receber). Nas antigas rodas de escravos se praticava a umbigada, dança em que dois participantes davam bordoadas um no baixo-ventre do outro.

* Na década de 1920, o samba começou a se firmar no mercado cultural do Rio de Janeiro. Surgiam as primeiras indústrias nacionais de discos, e os bailes carnavalescos estavam em alta. Os compositores Sinhô e Caninha foram os primeiros a entrar na cena.

* Em 1930, surgem Noel Rosa e Ary Barroso, que levam o ritmo popular às classes médias. É também nessa época que são criadas variações do samba como samba-canção, samba-choro, samba de breque e samba-enredo.

* Na capital paulista, o samba rural se misturou ao carioca e resultou no cordão, um tipo de bloco carnavalesco. Muitas das escolas de samba de São Paulo surgiram de cordões. Entre elas estão a Camisa Verde e Branco, a Vai-Vai e a Lavapés/Liberdade, considerada a escola mais antiga ainda em atividade. Os cordões desapareceram na década de 1960, quando os desfiles das escolas foram oficializados segundo os moldes do Carnaval do Rio de Janeiro.

Frevo

Este estilo de folclore é muito complexo e rico na nossa cultura brasileira, pois representa os saberes, ofícios e a imensa alegria do povo brasileiro.

Originada dos maxixes, dobrados, polcas e marchinhas de carnaval no ano de 1910 surge em Pernambuco um ritmo carnavalesco chamado Frevo, um estilo de dança que aparenta existir uma superfície com água fervente debaixo dos pés dos dançarinos com uma sombrinha colorido (aberta) como acessório enquanto dançam. É um dos folclores  que tem a expressão artística original do Brasil.

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Sombrinhas Coloridas

É uma dança com passos complexos e de muita improvisação uma mistura de rodopios, malabarismos, passos miúdos tudo ao mesmo tempo, existem mais de cem passos conhecido do frevo entre eles são:

Dobradiça: Flexione as pernas, com os joelhos para frente e o apoio do corpo nas pontas dos pés. Curve o corpo para frente e alterne movimentos com a sombrinha na mão direita, subindo e descendo

Tesoura: Passo cruzado com pequenos deslocamentos à direita e à esquerda. Pequeno pulo, pernas semi flexionadas, sombrinha na mão direita e braços flexionados para os lados

Locomotiva: Inicie o passo com o corpo agachado e os braços abertos para frente em quase circunferência e a sombrinha na mão direita. Dê pequenos pulos para encolher e estirar cada uma das pernas, alternadamente

Ferrolho: Movimente as pernas em diagonal e faça flexão das duas pernas em meia ponta, com o joelho direito virado para a esquerda e vice-versa. Repita os movimentos, virando o corpo em sentido contrário ao pé de apoio

Parafuso: Flexione totalmente as pernas. Deixe o corpo fica apoiado em um só pé virado, ou seja, a parte de cima do pé fica no chão, enquanto o outro pé vira-se, permitindo o apoio de lado.

Existem três tipos de frevo diferentes:

Frevo de Rua:

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Frevo de rua

O primeiro gênero que surgiu, é um frevo instrumental exclusivamente pra se dançar, seus instrumentos são pistões e trombones. Tem três subdivisões dentro do frevo de rua, o abafo que é tocado quando a agremiação quer abafar outra que esteja na rua, Frevo coqueiro suas notas são altas e agudas e o frevo ventania sendo o mais suave dos três.

Frevo de Bloco: Se originalizou das serenatas de antigamente nos carnavais, com violões, banjos, cavaquinhos e clarinetes.

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Frevo de Bloco

Frevo Canção: Incorpora a melodia é um frevo mais lento semelhante às marchinhas cariocas, composto por instrumentação (surdo e tarol) e uma parte cantada.

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Frevo Canção

Curiosidades:

  • O carnaval de Olinda é o carnaval do frevo que é realizado pelo povo, pelas famílias que saem nas ruas para a folia.
  • Freviocas são carros abertos que leva os músicos e percorre as ruas de recife seguido por foliões.
  • 14 de setembro é o dia do Frevo.
  • É um patrimônio cultural imaterial
  • Frevo = ferver/alegria do povo

Literatura de Cordel

Em meados do século XVIII, através dos portugueses surgiu a principal linguagem folclórica a Literatura de Cordel, que através dos anos foi se tornando cada vez mais popular. Nos dias de hoje, podemos encontrar este tipo de literatura, intensamente região do Nordeste do Brasil .

O que é Cordel?

É a  fala do povo, do seu cotidiano, seus problemas, suas tristezas, suas alegrias, suas lendas e suas histórias, do conflito entre o bem e o mal. O cordel era apenas para o “povo” não escolarizado, mas hoje ganha destaque e é reconhecido com manifestação cultural de valor.

De onde Surgiu o nome Cordel?

Ganhou este nome, pois, em Portugal, eram expostos ao povo amarrados em cordões, estendidos em pequenas lojas de mercados populares ou até mesmo nas ruas.

Como é feito um Cordel?

 

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Impressão em xilogravura

 

No início as capas dos folhetos eram ilustradas uma a uma com xilogravura, uma espécie de carimbo de madeira embebido em tinta preta.

 

 

 

 

Organização Poética do cordel:

– Quadra: estrofe de quatro versos.
– Sextilha: estrofe de seis versos.
– Septilha: é a mais rara, pois é composta por sete versos.
– Oitava: estrofe de oito versos.
– Quadrão: os três primeiros versos rimam entre si; o quarto com o oitavo, e o quinto, o sexto e o sétimo também entre si.
– Décima: estrofe de dez versos.
– Martelo: estrofes formadas por decassílabos (comuns em desafios e versos heroicos).

Principais Cordelistas

Apolônio Alves dos Santos
Autor do folheto “Maria Cara de Pau e O Príncipe Gregoriano”, lançado em 1949, foi pedreiro e participou da construção de Brasília antes de viver de sua poesia. Nasceu em Guarabira (PB), escreveu cerca de 120 folhetos, incluindo o célebre “Discussão do Carioca com o Pau-de-Arara”.

Cego Aderaldo
O poeta popular, nascido em Crato(CE) era inspiradíssimo pela vida no sertão nordestino. Ao perder a visão em um acidente, descobriu que tinha talento para rimar, tornou-se cantor conhecido na região e ganhou até um monumento em sua homenagem, localizado em Quixadá, cidade cearense.

Firmino Teixeira do Amaral
Um dos principais autores da Editora Guajarina e um dos criadores de um estilo peculiar da literatura de cordel, o trava-língua. Poeta piauense,  foi autor de “Peleja de Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum”.

Arievaldo Viana Lima

Poeta popular, radialista e publicitário, nasceu em Fazenda Ouro Preto, Quixeramobim-CE, desde criança exercita seu entusiasmo poético. É o criador do Projeto ACORDA CORDEL na Sala de Aula, que utiliza a poesia popular na alfabetização de jovens e adultos.

Em 2000, foi eleito membro da ABLC, na qual ocupa a cadeira de nº 40, patronímica de João Melchíades Ferreira. Tem cerca de 50 folhetos e dois livros públicados: O Baú da Gaiatice e São Francisco de Canindé na Literatura de Cordel.

QUEM É CACÁ LOPES?

É um cordelista com uma trajetória de vida única e exemplar, por apresentar uma paralisia no seu braço esquerdo superou as dificuldades e desenvolveu um modo inédito para tocar violão. Nascido em Araripina (PE) é um grande cantor, compositor e instrumentista.

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Há mais de 30 anos o artista vem unificando a música e a literatura de cordel na cultura popular tem dois livros publicados (Cinderela em Cordel e Vida e Obra de Gonzagão), e também é  autor de vários folhetos de cordéis, entre eles: Hino Nacional Brasileiro em Cordel, A Invasão do Estrangeirismo, Cordel do Trava Língua e Provérbios Engraçados.

Em sua apresentação recente em Mogi das Cruzes, o artista  mistura a música e o cordel, mostrando ao público um pouco de nossa rica cultura inserida na poesia popular e no forró pé de serra.

Há 17 anos o projeto Música e Cordel nas Escolas tem como proposito percorrer as unidades da rede pública de São Paulo com o repertório de cantigas e cordéis como instrumento pedagógico auxiliando o aprendizado e incentivando as crianças a ler, com isso os pequenos conhecem mais sobre a cultura popular brasileira.

Seu projeto funciona da seguinte maneira:  geralmente é procurado por redes sociais ou os professores e diretores indicam a outros dirigentes e assim incluem o projeto em diversas escolas, os professores explicam o que é cordel para seus alunos e Cacá se apresenta como é possível e divertido aprender cantando. São mais de 300 escolas da rede pública de São Paulo que adotaram esse método do projeto de Cacá em suas escolas incluindo a música como aprendizado.

Quem tiver a oportunidade de conhecer esta literatura aproveite, pois trata-se de uma das mais belas formas da cultura popular brasileira.

 

 

É defesa ataque, é ginga de corpo, é malandragem, CAPOEIRA ♪

É brasileira, mas de raiz cultural africana.

A capoeira nasceu e cresceu no Brasil, sob as condições da escravidão no século XVI à mão de obra escrava era trazida da África pelos navios negreiros, porém com a viagem precária e longa, muitos negros não conseguiam chegar vivo no Brasil.

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Uma das táticas para que os escravos não se rebelassem contra seus senhores era separa-los de suas famílias, colocando junto de outra tribo com costumes e dialetos diferentes para não se comunicarem. Mas com os castigos e práticas violentas constantes os escravos deram um jeito de se comunicar através da luta para sobrevivência.

E assim surgiu a capoeira, que era praticada nas senzalas (galpões onde os escravos dormião). Quando os negros fugiam os capitães do mato, na tentativa de captura – lós entravam na mata e eram apanhados pelos escravos capoeiristas que faziam uma emboscada na mata rasteira lutando por sua liberdade. O significado da palavra capoeira refere-se às áreas de mata rasteira do interior do Brasil, do nome deste lugar surgiu o nome da luta.

Com a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel em 1888, os negros tornaram-se “livres”, porém, isto não aconteceu na prática, os negros ainda permaneciam escravizados através da falta de empregos, de oportunidades, de moradia, de mínimas condições de sobrevivência.

Sendo assim, os negros marginalizados passaram a utilizar a capoeira como arma para saquear, roubar e tentar sobreviver a um sistema de discriminação. Os capoeiristas eram vistos como vadios e delinquentes, desta forma, começou o processo de degradação da imagem da capoeira, sendo por vezes cultuada erroneamente até os dias de hoje. A ordem era clara, quem jogava capoeira era preso .Por aproximadamente 40 anos a capoeira foi proibida.

Em 1953, um importante capoeirista brasileiro, mestre Bimba, apresentou a luta para o então presidente Getúlio Vargas, o presidente gostou tanto desta arte que a transformou em esporte nacional brasileiro e revogou a lei Sampaio Ferraz, liberando a capoeira.

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Mestre Bimba criou a escola de capoeira Centro de Cultura Física e Capoeira Regional da Bahia, a capoeira regional é caracterizada pela mistura da malícia da capoeira angola com o jogo rápido de movimentos, ao som do berimbau, os golpes são rápidos e secos.

Em 1941, Mestre Pastinha abriu o seu centro esportivo e disseminou o estilo denominado Capoeira  Angola, (Centro Esportivo de Capoeira Angola) o ritmo musical é lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita malícia.

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Esses grandes Mestres da capoeira foram fundamentais para o crescimento do esporte e pelas adaptações aos novos tempos.

A capoeira contemporânea une um pouco dos dois primeiros estilos. É o estilo de capoeira mais praticado na atualidade.

A capoeira desenvolveu-se principalmente na Bahia e difundiu-se por vários estados, como o Rio de Janeiro, São Paulo e Pará.

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RODA DE CAPOEIRA/ INSTRUMENTAÇÃO: A capoeira é disputada por duas pessoas que se defrontam no meio de uma roda formada por outros capoeiristas, ao som de palmas e berimbaus e cânticos.A base do jogo é a ginga, pois essa é uma importante forma de ataque e defesa do capoeirista.

O berimbau, principal instrumento que proporciona o som característico, é construído por um pedaço de pau, um pedaço de arame e uma cabaça.

Existem três tipos de berimbau:

Gunga: de som mais grosso, faz o papel de contrabaixo: marca o ritmo e faz a marcação do toque, tem uma cabaça maior .
Médio: ou de centro, faz o apoio ao som do Gunga e a base do som do Violinha é ele que determina o toque que será feito para o jogo, tem uma cabeça mediana.
Viola: ou violinha, é o berimbau de som mais agudo; faz os “contra toques” e improvisos:  Tem uma cabaça pequena e bem raspada por dentro para ficar bem fina, tem um som agudo e faz apenas o papel de executar as viradas e floreios dentro da melodia  é o Violinha que “enfeita” a música da roda.

Pandeiro:
Instrumento de percussão, de origem indiana que requer considerável técnica para ser tocado, podem ter peles de couro ou de plástico. Eles existem em diferentes tamanhos, com os de 10 e 12 polegadas sendo os mais comuns.Foi trazido até o Brasil por meio dos portugueses para ser utilizados em vias sacras.

Atabaque: Instrumento de origem árabe, que foi introduzido na África por mercadores que

entravam no continente através dos países do norte, como o Egito. É geralmente feito de madeira de lei como o jacarandá, cedro ou mogno cortada em ripas largas e presas umas às outras com arcos de ferro de diferentes diâmetros que, de baixo para cima dão ao instrumento uma forma cônico-cilíndrica, na parte superior, a mais larga, são colocadas “travas” que prendem um pedaço de couro de boi bem curtido e muito bem esticado.

Caxixi: Instrumento idiofone do tipo chocalho, de origem africana. É um pequeno cesto de palhaCaxixi trançada, em forma de campânula, pode ter vários tamanhos e ser simples, duplo ou triplo; a abertura é fechada por uma rodela de cabaça. Tem uma alça no vértice. Possui pedaços de acrílico, arroz ou sementes de Tinquim secas no interior para fazê-lo soar. É usado principalmente como complemento do berimbau. A mão direita que segura a vareta entre o polegar e o indicador, segura também o Caxixi, com o médio e o anular, Desta maneira, cada pancada da vareta sobre a corda é acompanhada pelo som seco e vegetal do Caxixi.
Agogô: Instrumento musical formado por dois cones metálicos unidos por um arco também de metal, o agogô Agogôé outro instrumento muito presente na cultura afro-brasileira. Sua entrada no Brasil aconteceu com a chegada dos negros africanos. Inclusive o vocábulo agogô é de origem nagô e significa sino. Assim como no caso do reco-reco, sua aparição inicial nas baterias de capoeira ocorreu, possivelmente, através dos mestres Pastinha e Canjiquinha.
Reco-reco: Instrumento comumente feito de um gomo de bambu, ou até mesmo uma cabaça alongada, com sulcos eReco-reco tocado com uma vareta.  Acredita-se na sua origem africana, uma vez que sempre esteve ligado às manifestações afro-brasileiras. Atualmente, se mostra presente principalmente no samba, mas também empresta seu ritmo à outros folguedos como o lundu e até mesmo o reggae. O reco-reco historicamente parece ter sido introduzido na capoeira através do Centro Esportivo de Capoeira Angola de mestre Pastinha.
Atualmente, a capoeira se tornou uma exportadora da cultura brasileira para o exterior, este esporte cultural é praticado em mais de 150 países  e jogada por homens, mulheres, crianças, idosos e deficientes, a prática da capoeira trabalha a coordenação motora, aprimora a flexibilidade, equilíbrio, proporciona criatividade e liberdade de movimentos e alivia a tensão do dia a dia.
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As apresentações de capoeira, são em forma de espetáculo, acrobáticas e com pouca marcialidade, são realizadas no mundo inteiro.
Capoeiristas experientes raramente tiram os olhos de seus oponentes em um jogo de capoeira, já que uma queda pode chegar disfarçada até mesmo em um gesto amigável.
Símbolo da cultura afro-brasileira, símbolo da miscigenação de etnias, símbolo de resistência à opressão, a capoeira mudou definitivamente sua imagem  se tornou fonte de orgulho para o povo brasileiro. Atualmente, é considerada patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.

Curiosidades:

  •  Em 26 de novembro de 2014, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), declarou a roda de capoeira como sendo um patrimônio imaterial da humanidade. De acordo com a organização, a capoeira representa a luta e resistência dos negros brasileiros contra a escravidão durante os períodos colonial e imperial de nossa história.
  • É comemorado em 3 de agosto o Dia do Capoeirista.
  • Outras manifestações culturais como o batuque, o maculelê, a puxada de rede e o samba de roda são danças fortemente ligadas à capoeira, por também terem nascido da mesma cultura.
  • Em 1890, com a proibição da capoeira e o código penal, quem desobedecesse à lei poderia ficar de dois a seis meses na prisão.
  • A música cantada na capoeira foi introduzida com o intuito de enganar os senhores da terra.
  • Entre os praticantes de capoeira (majoritariamente negros), quem usasse uma espécie de brinco de ouro na orelha era considerado corajoso e forte.
  • Muitas personalidades, como políticos, romancistas e especializados em teatro praticavam a capoeira: Antônio Carlos Magalhães, Lomanto Junior Magalhães, entre outros.
  • O berimbau, instrumento utilizado nas rodas de capoeira tiveram origem na parte sul da Índia.
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Folguedos e danças populares

Presente em todo território brasileiro os folguedos são conhecidos através de suas danças coreografadas e musicas ritmada pelo batuque. Com a riqueza e diversidade cultural os folguedos estão presentes nas festas religiosas:  católica / cultos africanos, e também nas tradições folclóricas.

Ao longo dos anos vem incorporando novas coreografias e vestimentas devido às mudanças culturais. Você está curioso para saber 3 tipos de folguedos presente no Brasil? Vamos lá.

– Congadas

Tem como origem na era colonial, durante a segunda metade do século XVII, apresentando elementos religiosos e culturais africanos a congada é marcada por danças, músicas. É uma dança afro-brasileira e realizada em vários estados brasileiros, porém é mais forte nos estados de Minas Ferais, Paraíba, São Paulo, Pernambuco e Paraná.

A congada tem uma forte ligação com as festas católicas, tendo como seu padroeiro o santo São Benedito e homenageando outros santos. A maioria das vezes o desfile da congada termina em frente de uma igreja católica.

Normalmente a frente do cortejo levam bandeiras e estandartes com o nome do grupo ou imagens de santos católicos.

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Durante a encenação o conjunto é formado por violões, violas, reco-recos, atabaques, sanfonas e cavaquinhos que encenam a coroação dos antigos reis africanos do Congo. Os membros normalmente usam roupas brancas com fitas coloridas e todos sem distinção de gênero e idade costumam participar.

– Maculelê

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Não se sabe ao certo de onde é a origem do Maculelê, uns dizem que é uma mistura dos indígenas com africanos e outros falam que é uma invenção dos escravos no Brasil, assim como a capoeira.

É uma mistura de dança, luta e jogo de bastões, feita por homens. Os bastões são batidos uns nos outros em ritmo intenso e compassado, as músicas tocadas durante a apresentação são executadas com atabaques, pandeiros e violas.

Atualmente, essa cultura é preservada por grupos de capoeira, que inseriram a dança e sua historia em apresentações nas trocas de corda (batizados). Os membros do grupo(Homens e Mulheres) se vestem de saia de sisal, sem camisa e com pinturas pelo corpo representando a história do maculelê.

A lenda da qual teria surgido o maculelê também tem várias versões. Em uma delas conta-se que Maculelê era um negro fugido que tinha doença de pele. Ele foi acolhido por uma tribo indígena e cuidado por eles, mas ainda assim não podia realizar todas as atividades com o grupo, por não ser um índio. Certa vez Maculelê foi deixado sozinho na aldeia, quando toda a tribo saiu para caçar. Eis que uma tribo rival aparece para dominar o local. Maculelê, usando dois bastões, lutou sozinho contra o grupo rival e, heroicamente, venceu a disputa. Desde então passou a ser considerado um herói na tribo.

Outra lenda fala do guerreiro indígena Maculelê, um índio preguiçoso e que não fazia nada certo; por esta razão, os demais homens da tribo saíam em busca de alimento e deixavam-no na tribo com as mulheres, os idosos e as crianças. Uma tribo rival ataca, aproveitando-se da ausência dos caçadores. Para defender a sua tribo, armado apenas com dois bastões já que os demais índios da sua tribo haviam levado todas as armas para caçar, enfrentar e matar os invasores da tribo inimiga, morrendo pelas feridas do combate. Maculelê passa a ser o herói da tribo e sua técnica reverenciada.

– Cavalhadas

Este folguedo é típico nas regiões Sudeste e Centro – oeste do Brasil, é uma espécie de dança dramatizada que representa a luta entre os muçulmanos e cristãos.

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Esta representação se realiza com os cristãos vestido de azul e branco e os muçulmanos de vermelho e não é permitido mostrar o rosto dos cavalheiros, roupas enfeitadas representando os trajes da idade média e seus cavalos também ricamente trajados.

Considerado o folguedo mais famoso da região Centro-Oeste, a Cavalhada de Pirenópolis, que começou em 1819, acontece durante as festas do Divino, junto com a festa de Pentecostes.

Folclore Brasileiro

Quando falamos de Folclore o que vem a cabeça? As lendas da Mula sem cabeça, Saci Pererê, entre outras ou as tradições que passam de geração em geração? Descobriremos hoje o significado desta expressão e o quanto ela enriquece nossa cultura.

A palavra Folclore foi criada no século XIX, feita da junção entre duas expressões inglesas Folk (povo) e Lore (sabedoria ou conhecimento), deste modo o folclore representa a cultura popular apresentando a identidade de uma nação ou determinado povo.

Lendas urbanas ou mitos urbanos são pequenas histórias de caráter fabuloso divulgadas de forma oral, que constituem um tipo de folclore moderno ,o folclore é a ciência das tradições e usos populares, constituído pelos costumes e tradições populares transmitidos de geração em geração.

2.1. CULTURA

As lendas urbanas são inseridas dentro do folclore, considera-se como legítimas representações do nosso folclore: ritmos e danças folclóricas (carimbó, forró, capoeira, frevo, caiapó), comidas regionais típicas, músicas regionais, mitos, literatura de cordel, tradições, crenças e festas populares (festa junina, Festa do Divino, Círio de Nazaré e Folia de Reis).

Para que não se percam essas expressões culturais que nasceram e se desenvolveram com o povo, é importante transmitir através das gerações essas manifestações culturais, enriquecendo nosso país com a cultura popular.

Ficou curioso sobre essa diversidade cultural brasileira? Então próximo sábado convido a todos a se aventurar pelo manifestações culturais do Folclore brasileiro e conhecer a fundo a nossa cultura popular.